Os redatores responsáveis pela dissertação do novo currículo do Ensino Fundamental de Minas Gerais, com fundamentos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), participaram, no último dia 24 de maio, da capacitação ofertada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE), em parceria com a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais (Undime/MG).

A palestra, realizada no auditório da Escola de Formação, em Belo Horizonte, foi ministrada pelo professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Roberto Patrus, e o tema foi Taxonomia de Bloom, uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais baseada em níveis de conhecimento – do mais simples ao mais complexo.

A analista de educacional Camila Nonaka, responsável pela BNCC pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) em Minas Gerais, explica que a ideia surgiu de aproveitar o encontro quinzenal dos redatores, juntamente com os representantes do Comitê Executivo para discussão da BNCC, para oferecer uma oficina que contemplasse todos os profissionais, uma vez que cada um é de uma região diferente de Belo Horizonte e também de Minas Gerais.

“Essa formação é muito importante porque quanto mais bem instruídos e bem informados os redatores estiverem, melhor para educadores e estudantes mineiros, uma vez que são eles os responsáveis por esse processo de escrita do currículo, de deixar o documento com a cara de Minas Gerais. A base traz muitos conceitos sobre objetivos de aprendizagem, de níveis de conhecimento e habilidades, e a palestra do professor foi muito importante para deixar tudo isso muito claro e nos fazer pensar como se pode entregar o melhor currículo”, explicou Camila.

Durante uma hora e meia, os 22 redatores permaneceram concentrados na palestra do educador, que aplicou o conteúdo da palestra ao processo de elaboração de um novo currículo para estudantes da rede estadual de ensino e também à rotina na escola e em sala de aula. “A formulação dos objetivos de aprendizagem tem que ser muito bem feita para permitir uma avaliação adequada, que dê para detectar se a metas foram alcançadas. E a taxonomia de bloom consegue estabelecer uma hierarquia do nível de cognição que não só é didática, como também permite o melhor planejamento e uma posterior avaliação para saber se os objetivos foram atingidos ou não pelos estudantes”, esclareceu o palestrante.

A analista educacional da SEE e redatora indicada pelo Consed, Maria do Carmo Rezende, ficou satisfeita com o momento de formação e reforça o conceito de que capacitações como essa certamente auxiliam no trabalho que desempenham. “A gente está empreendendo uma tarefa muito consistente, e a elaboração desse currículo é uma responsabilidade enorme. Participar dessa palestra foi muito positivo porque o professor demonstrou muito conhecimento sobre o assunto e esclareceu muito sobre como elaborar esses objetivos e dar maior coerência ao currículo que estamos elaborando.

Comitê Executivo

Para discutir os processos de implementação da BNCC em Minas Gerais, além da articulação promovida entre diversos setores da sociedade e da formação de uma comissão estadual composta por educadores de vários órgãos, também foi organizado um comitê executivo que elabora o plano de trabalho dos 22 redatores, com os quais se reúnem quinzenalmente.

Entre outras tarefas, o comitê orienta a condução do estudo de currículos de escolas municipais e de diversos componentes curriculares do modelo da rede estadual de ensino para que detectar quais adequações serão necessárias para que o novo documento de Minas Gerais esteja em conformidade com a BNCC. O Comitê foi constituído pela portaria SEE Nº 557, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais em 12 de maio de 2018.

Discussão da BNCC

Até o momento, as discussões da Base Nacional Comum Curricular já chegaram a 618 municípios, 102 mil profissionais e 2.778 escolas. Além das reuniões quinzenais do Comitê Executivo, o debate sobre a base continuará em 12 encontros regionais a serem realizados no Estado durante os meses de junho e julho. A primeira versão da Base estará disponível para consulta pública neste mês de junho. Após as contribuições, será elaborada uma versão final, cujo prazo de entrega para o Ministério da Educação termina em 30 de novembro.