Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave) traz novidades que mudam paradigmas de desempenho

Uma mudança de cultura nos parâmetros diagnosticados pelo Sistema de Avaliação Educacional (Simave), que leve as comunidades escolares a discutirem suas próprias potencialidades, sem provocar disputas competitivas de ranking. Um novo paradigma que estimule a cultura de participação, de contribuição dos resultados de forma que cada escola compreenda sua realidade, entenda como está inserida em seu contexto social e que, a partir da sua realidade busque alternativas de melhoria.

Segundo a Superintendente de Avaliação Educacional da SEE, Maria Inez Barroso Simões, esses são alguns dos objetivos desta edição do Simave, que acontece em todo o Estado, de 26 a 30 de outubro. “A avaliação deve despertar expectativas que valorizem o aluno, o professor, a gestão”, pontua. Pela primeira vez, serão avaliados alunos da 7º ano do ensino fundamental, e 1º ano médio, além de continuar avaliando o 3º ano do ensino médio de forma censitária. “Foram alterações importantes que complementam informações para que possamos compreender resultados e verificar o que pode ser melhorado nos próximos anos, ainda durante o percurso escolar do aluno”, observa Maria Inez.

Pela primeira vez, serão avaliados alunos da 7º ano do ensino fundamental e do 1º ano médio. Foto: Arquivo SEE

Simave

O Sistema Mineiro de Avaliação Educacional (Simave) foi idealizado com vistas ao levantamento de informações acerca do desempenho dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio do sistema público de educação do Estado em avaliações externas: Proalfa e Proeb. As avaliações são desenvolvidas entre a Secretaria de Estado da Educação e o Cento de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O Proalfa é uma avaliação anual e censitária para alunos do 3º ano do Ensino fundamental para avaliar o desempenho dos estudantes em procedimentos de leitura. Já o Proeb avalia competências expressas pelos alunos do Ensino Fundamental e Médio em Língua Portuguesa e Matemática.

Desde sua criação, o Proeb vinha avaliando alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Essas avaliações coincidem com a “Prova Brasil”, sistema nacional de avaliação que acontece em anos ímpares. “Formou-se um acúmulo de avaliações dos mesmos anos e seus resultados não proporcionavam uma ampliação de dados para as necessárias intervenções, para melhorar ou reestruturar a parte pedagógica e oferecer subsídios para avanços no desempenho”, reconhece Maria Inez. A inclusão do 7º ano e 1º do ensino médio contribui para ações e intervenções mais pontuais que permitam ainda acompanhar o desempenho dos estudantes nos anos subsequentes de forma que consigam melhores resultados nas avaliações.

Segundo a superintendente, ao aplicar a prova no primeiro ano do ensino médio, pode-se detectar nas escolas o que o aluno, o professor ou a comunidade estão precisando para melhorar o desempenho até o terceiro ano. “Precisamos melhorar as perspectivas de saída do ensino médio para ingressar seja na faculdade, no mercado de trabalho ou mesmo em curso profissionalizante”, afirma Maria Inez.

Outra novidade é a inclusão de mais um padrão de desempenho na escala de proficiência, que passa agora a ter quatro: baixo, intermediário, recomendável e avançado, permitindo uma análise mais aprofundada dos resultados e melhor distribuição dos alunos por grupos de desempenho.

Nos últimos anos, a avaliação foi um dos indicadores utilizados como critério de bonificação, prêmio de produtividade: “Criou-se outra cultura que relevou um processo que pudesse subsidiar apenas o pedagógico e promover as mesmas oportunidades educacionais, tornou-se uma disputa por lugares no ranking que nada contribuem com o processo”.

As comunidades escolares de Minas têm participado de forma efetiva nesses processos de avaliação que variam entre 80 e 90% dos alunos da rede pública. Mesmo não sendo um teste obrigatório, a mobilização e a participação efetiva das 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs), diretores, gestores, pais e alunos e prefeitura dos 853 municípios de Minas têm sido fundamentais no sucesso de sua realização. São mais de um milhão de alunos de todas as redes públicas (Estado e Municípios) fazendo prova nesta semana. O trabalho, em parceria com as Superintendências, inclui a capacitação de pessoal que garanta que os testes sejam sigilosos e que cheguem a cada aluno.

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