No Instituto São Rafael, em Belo Horizonte, o Dia Nacional do Sistema Braile foi comemorado com apresentação dos corais adulto e infantil, rodas de conversa e palestras. Foto: Arquivo/Instituto São Rafael

O Dia Nacional do Sistema Braile é comemorado nesta segunda-feira, 8 de abril e a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) reforça a importância de se investir em tecnologias assistivas, cursos de capacitação e suporte pedagógico tanto para educadores quanto para os cegos e deficientes visuais, bem como para seus familiares, para que prevaleçam a autonomia e a inclusão.

Um dos exemplos de referência em atendimento especializado a pessoas cegas e com algum tipo de deficiência visual do Estado é o Instituto São Rafael, em Belo Horizonte, que atende cerca de 400 pessoas por mês e acolhe todos os pedidos de suporte nesta área, principalmente referente a processos de aprendizagem. Ele também funciona como um dos Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), conforme a Resolução SEE Nº2897, de janeiro de 2016.

Comemorações

Educadores, funcionários, estudantes e pessoas atendidas pelo Instituto São Rafael comemoraram, nesta manhã, a data criada para reafirmar a notoriedade do sistema de leitura para cegos e pessoas de baixa visão. A programação na instituição contou com atividades como apresentação dos corais adulto e infantil, roda de conversa com cegos e educadores e palestras de pessoas que venceram os obstáculos e hoje desfrutam de total autonomia para realização de tarefas.

A diretora do Instituto São Rafael, Juliane Sena, afirma que é importante comemorar a data em função da importância e da grande contribuição do sistema braile para a independência de pessoas cegas ou de baixa visão. Além disso, ela afirma que o Instituto segue em constantes buscas de como aprimorar não só os cursos que envolvem o Braile, mas também todos os outros métodos ensinados e discutidos na instituição.

“Constantemente passamos por processos de reestruturação e ressignificação para renovar nossos conhecimentos e, consequentemente, requalificar o atendimento que oferecemos aqui para pessoas da Grande Belo Horizonte e até de algumas cidades do interior, mas sempre sem perder a essência do Instituto. É muito importante que as pessoas saibam que nossas portas estão abertas para todos que precisam do nosso apoio”, disse a diretora.

O CAP é dividido em três núcleos. Um deles é o de Produção de Tecnologia Assistiva desenvolve ações na produção de livros ampliados, de materiais em relevo, em braile, em áudio e em Mecdaisy (tecnologia interativa para produção de livros digitais) para alunos incluídos no ensino comum. Todo material é produzido a partir de solicitação das escolas.

O Núcleo de Capacitação de Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica destina-se à capacitação de professores das redes pública e privada, orientação às escolas estaduais com matrícula de estudantes com cegueira, baixa visão, outras deficiências visuais e surdocegueira, apoio ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de Recurso e oferta de cursos para pais, responsáveis e familiares desses estudantes.

Entre os cursos oferecidos por este núcleo estão Código Matemático Unificado e Curso de Baixa Visão, Orientação e Mobilidade e Alfabetização pelo Sistema Braile, Curso Básico da Deficiência Visual e Avaliação Funcional da Visão, Curso Básico da Deficiência Visual, Tecnologia Assistiva para a Deficiência Visual, Soroban I e Sistema Braile e Soroban II.

O terceiro é o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual e Surdocegueira e desenvolve ações de orientação e apoio à comunidade, promoção de palestras, consultorias e projetos para pessoas com deficiência visual e surdocegueira com objetivo de inserção social, cultural e profissional.

Além das atividades desenvolvidas pelo CAP, o Instituto São Rafael também oferece projetos pedagógicos gratuitos voltados a pessoas cegas ou com deficiência visual. Entre os temas trabalhados nestes projetos estão Música (violão, piano, flauta, entre outros), Orientação e Mobilidade, Práticas Educativas para uma Vida Independente (PEVI), Desenvolvimento para a Escrita e Braile, Projeto Sala Braile, Tapeçaria, Artes Cênicas e Informática para Deficientes Visuais. Com duração mínima de um ano, os cursos são abertos ao público em geral e os interessados devem se apresentar pessoalmente no Instituto São Rafael para passar por entrevista com a assistente social e a equipe multiprofissional da instituição de ensino.

Em 2016 a Secretaria de Educação autorizou a oferta da Educação Profissional no Instituto São Rafael, que já teve em sua história o Ensino Médio Profissionalizante para pessoas com ou sem cegueira ou deficiência visual. Atualmente, a instituição oferece cursos técnicos de Informática e Massoterapia , com 69 alunos matriculados nos turnos da manhã e tarde, sendo cinco deles deficientes visuais.

Apoio Pedagógico em todo o Estado

O Estado conta com mais três Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAPs), além do Instituto São Rafael: eles estão localizados em Montes Claros, Patos de Minas e Uberaba. No município Três Corações, um CAP municipal trabalha em parceria com o Estado. Além disso, dois Núcleos de capacitação na área de deficiência visual foram implantados a partir de 2012 nos municípios de Januária e Governador Valadares.

Os CAPs têm como finalidade capacitar professores, orientar escolas, estudantes e familiares, garantindo o acesso ao conteúdo programático desenvolvido nas escolas, assim como acesso à literatura, pesquisa e cultura por meio da utilização de equipamentos da moderna tecnologia, da impressão do livro em Braille, formato Mecdaisy, áudio, ampliado áudio, e outros. Os centros também atendem às Superintendências Regionais de Ensino (SRE) na área de capacitação e na produção de material.

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