Alunos de cinco escolas estaduais de Belo Horizonte desenvolvem empresas juniores e trabalham com práticas empreendedoras

Estudantes de cinco escolas estaduais de Belo Horizonte irão mostrar suas aptidões na área de empreendedorismo, em uma exposição sobre a temática no próximo sábado. As escolas ‘Professor Leopoldo de Miranda’, ‘Maestro Villa Lobos’, ‘Ordem e Progresso’, ‘Estadual Pedro II’ e ‘Técnico Professor Fontes’, participam do Programa Miniempresa, uma parceria com a Júnior Achievement de Minas Gerais. Nessa iniciativa, os alunos do ensino médio criam empresas juniores e, com a realização de atividades monitoradas, ampliam suas visões sobre práticas empreendedoras. Os produtos desenvolvidos durante o Programa serão apresentados no Ponteio Lar Shopping, das 10h às 22h, 2º piso.

A exposição caracteriza uma das fases do Programa e vai contar com a participação de, aproximadamente, 150 alunos das cinco escolas estaduais e outras três escolas públicas da capital. Entre os trabalhos que serão apresentados está o Arpet, tiara para cabelo produzida a partir de garrafa pet, desenvolvida pelos alunos da Escola Estadual Pedro II que criaram a miniempresa Ecohead S/A.

Com o Programa, os estudantes têm experiências nas áreas econômicas e de negócios, além de criarem e coordenarem as atividades de uma empresa fictícia. Cada miniempresa formada é composta por alunos de uma escola, que não pertencem, necessariamente, a uma mesma turma.

Da criação à comercialização de produtos, os estudantes passam por 16 encontros semanais com uma jornada de três horas e meia de ações teóricas e práticas, em que desenvolvem habilidades de práticas empreendedoras. Durante o período, os alunos estruturam uma empresa, definem os produtos a serem comercializados, elaboram estratégias de marketing e realizam todo o processo de ação no mercado.

O trabalho tem a coordenação de monitores que atuam em áreas específicas dentro de uma organização. Durante o período de realização das atividades, os alunos têm a oportunidade de conhecer as atividades desenvolvidas em setores que são comuns a muitas empresas, como: Recursos Humanos, Marketing, Finanças, Produção e a Presidência.

“Tivemos uma aceitação muito grande com o nosso produto. Isso foi possível, porque agregamos valor à nossa produção, utilizando pano TNT (tecido não tecido) para revestir as tiaras”, avalia a estudante Quézia Lorena Souza Campos. A aluna exerce a função de diretora de produção da miniempresa Ecohead S/A.

Na edição de 2012, os alunos da Escola Estadual Leopoldo de Miranda desenvolveram um banco a partir de caixote de frutas. Foto: Arquivo da Escola

Histórico empreendedor

Um exemplo de quem sabe associar bem os estudos com as noções de empreendedorismo adquiridas é a estudante do 3º ano do ensino médio, Amanda de Souza Alves, da Escola Estadual Leopoldo de Miranda. Em 2012, a adolescente viveu a experiências de assumir a gestão de uma empresa júnior, a Renavere S/A. Criada e administrada por alunos da escola, a empresa se especializou na produção de bancos a partir de caixotes de madeira utilizados para o transporte de frutas. “A escola apresentou alguns protótipos e, a partir de uma pesquisa de mercado, nós chegamos à conclusão de que os bancos seriam a melhor opção pelo baixo custo e maior rentabilidade”.

A empresa júnior presidida pela estudante encerrou as atividades no ano passado, mas deixou um legado que lucro nenhum é capaz de comprar. “Essa oportunidade de vivenciar a rotina de dirigir uma empresa me despertou o interesse pelo empreendedorismo. Hoje, eu faço Administração no Sebrae, pelo Plug Minas, e tenho o interesse de trabalhar com isso”, lembra a estudante que,  ainda pelo programa desenvolvido na escola no ano passado, foi selecionada para participar do ‘Fórum Internacional de Empreendedorismo’, em Córdoba, na Argentina, no mês de maio de 2013. “Foi uma imersão cultural muito bacana. Conheci pessoas de outros países da América dos Sul e os palestrantes foram incríveis. Eu conheci até produtores da Madonna”, lembra, Amanda de Souza Alves. 

Em 2013, a Escola Estadual Leopoldo de Miranda continua no Programa com uma nova empresa júnior e outro produto. “Este ano, o nosso produto é uma luminária produzida a partir de cano PVC. A venda é feita sob encomenda e temos até uma página em uma rede social para que os interessados conheçam o nosso produto”, disse o presidente da Lunos S/AE (Sociedade Anônima Estudantil), Valter Henrique Ferreira de Moraes.

Dentro da empresa, 26 alunos do 2º ano do ensino médio se dividem nos trabalho de produção marketing, recursos humanos e finanças. “É um simulado, como se fosse uma prova, você passa por experiências  que te colocam à frete de uma situação real de uma empresa. A responsabilidade de gerenciar uma empresa enorme, mesmo não sendo em uma proporção tão grande”, disse o jovem presidente de 16 anos.

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