Alunos da Escola Estadual Manoel Antônio de Souza, em Mateus leme, vão apresentar pesquisa com planta medicinal

Uma professora, três alunos e o envolvimento com uma pesquisa que resulta em voos cada vez mais altos. Nesta sexta-feira, uma equipe de estudantes, liderada pela professora de Biologia Fernanda Aires Guedes, embarca para os Estados Unidos para participar da International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), a ser realizada em Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia entre os dias 13 e 18 de maio. A equipe da Escola Estadual Manoel Antônio de Souza, no distrito de Azurita, no município de Mateus Leme (60 km de Belo Horizonte) desenvolveu um trabalho em que o objetivo era comprovar o potencial medicinal da planta Pariri, muito comum na região em que vivem. Com a pesquisa, equipe participou da Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace) e conquistou a vaga para a feira internacional.

O clima da feira já toma conta dos participantes. Nesta semana, a equipe participou de workshop em São Paulo. “O objetivo deste encontro foi aprimorar a explicação e apresentação geral para o trabalho na feira internacional e participar de palestras de expressão corporal e oratória”, explica a professora Fernanda.

 Equipe de escola mineira vai para os Estados Unidos participar de feira internacional. Foto: Arquivo da Escola

Desde que souberam da participação na Intel ISEF, a equipe também investe em outro quesito importante: a Língua Inglesa. “Os alunos participaram de um curso intensivo de inglês e complementaram a para mostrar mais resultados. Eu organizei todos os preparativos para a viagem e acompanhei o trabalho dos meninos”, completa a professora.

Os estudantes da equipe, Cristopher Mateus Carvalho, Jaqueline Campos Costa e Julia Maria Resende Ferreira, todos de 15 anos, estão ansiosos com a chegada nos Estados Unidos. É a primeira vez de todos eles no exterior. “Somos apaixonados pelo projeto desde o primeiro dia de pesquisa. Muitas são as expectativas com a feira internacional, mas já sabemos que só de estarmos aqui somos vencedores”, destaca Júlia.

A oportunidade de contato com outras culturas e de conhecer projetos desenvolvidos por estudantes de outros países, também aumentam, ainda mais, a expectativa dos adolescentes.
“Tudo está sendo muito novo e hoje sabemos que nunca mais seremos os mesmos depois de toda esta experiência”, comenta Cristopher Mateus Carvalho.

Para apoiar a participação da equipe na feira internacional, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) vai custear as despesas com a da professora e da diretora da escola, Maria Regina de Oliveira Ramos. Os alunos também receberam um apoio financeiro para os gastos eventuais que surgirem e para custos provenientes da complementação da pesquisa.

Além da equipe da Escola Estadual Manoel Antônio de Souza, o Brasil terá outros representantes na International Science and Engineering Fair. São 18 projetos, com a participação de 29 alunos, o que faz do país a quarta maior delegação do mundo.

Pesquisa

Os estudantes e a professora Fernanda analisaram o potencial antiflamatório e antimicrobiano da planta Pariri. A primeira parte foi a pesquisa de campo. Os alunos entrevistaram moradores da cidade que faziam uso do Pariri e perguntaram, por exemplo, como elas consomem a planta e a quantidade ingerida.

A segunda parte foi a análise das propriedades químicas da planta. O grupo analisou quais os princípios ativos que o Pariri tem e que faz com que ele haja em determinadas doenças. Essa etapa da pesquisa foi realizada em um laboratório de Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e contou com a coorientação do doutorando em Química. Após a análise, os estudantes estudaram o potencial de inibição do crescimento de bactérias utilizando estratos da planta.

A última etapa do trabalho foi a produção de três produtos fitoterápicos. O controle de qualidade dos produtos também ficou por conta dos ‘jovens pesquisadores’.

Os alunos da equipe serão contemplados com bolsas de iniciação cientifica Junior pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, em 2013, darão continuidade a pesquisa com a planta Pariri, coma realização de experimento ecológicos, químicos e biológicos.
 
Pariri

O Pariri é velho conhecido dos moradores de Mateus Leme.  Segundo os estudantes, a planta começou a ficar famosa em 1995, quando um dentista da cidade estava fazendo um tratamento contra o câncer e ao começar a tomar o chá feito com a planta começou a perceber um aumento das hemácias. Ao ser curado, ele prometeu que iria divulgar os benefícios do Pariri. Então sempre que um morador pede ele distribui folhas já secas da planta e quando a pessoa começa a fazer uso frequente ele distribui as mudas do Pariri.

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