No dia 17, Secretária de Estado de Educação participou de encontro com lideranças quilombolas. No dia 18, ela se reuniu com professores, diretores de escolas e autoridades de Ouro Verde de Minas.
Depois de conhecer os estudantes, educadores e a estrutura da Escola Estadual Luzo Freitas de Araújo, a Secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, encontrou-se com quilombolas das comunidades Santa Cruz e Água Preta de Cima, localizadas em Ouro Verde de Minas. O município do Vale do Mucuri possui cinco comunidades remanescentes de quilombos.
“Além da concretização de um sonho, a presença da Secretária, pela primeira vez na história da cidade, soma e agrega muito à nossa educação. Ela percorreu as estradas para conhecer a realidade do povo quilombola, ouvir as nossas reivindicações e compreender as nossas demandas. Sua vinda é uma garantia de que o Governo do Estado se preocupa com a Educação do Campo e o acesso da população rural”, afirma a quilombola e presidenta do Conselho Estadual de Assistência Social, Maria Alves. Ela recepcionou a secretária Macaé Evaristo em sua casa, no quilombo Santa Cruz, e também participou da reunião com membros do Conselho de Quilombos de Ouro Verde de Minas, que ocorreu no último dia 17, na comunidade de Água Preta de Cima.
No encontro, os participantes debateram diversas questões relacionadas à educação na região, como alternativas para melhoria no transporte escolar dos estudantes do quilombo Água Preta de Cima. A Secretária de Educação ouviu atentamente as demandas dos quilombolas e destacou ainda a necessidade de elaboração de um projeto político-pedagógico para essas comunidades. “Sou bastante sensível e uma defensora da Educação do Campo, por isso não podemos esquecer de construirmos um projeto que estimule a educação nas áreas rurais, que considere as especificidades, a história das comunidades quilombolas”, explica Macaé Evaristo, que afirmou o compromisso do Estado em trabalhar com dedicação para atender as demandas locais.
Além dos moradores, participaram da reunião professores da Faculdade de Educação da UFMG, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e representantes da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Teófilo Otoni.
Educação quilombola
Nos cinco quilombos de Ouro Verde de Minas – Água Limpa, Água Preta de Baixo, Água Preta de Cima, Córrego Carneiro e Santa Cruz – residem 1.200 moradores. As comunidades quilombolas são grupos étnicos que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), existem, em todo o país, mais de três mil comunidades quilombolas. Em Minas Gerais, a estimativa é de 800 comunidades, sendo 300 com certificado da Fundação Cultural Palmares (FCP), em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda).
Minas Gerais possui 191 escolas quilombolas, sendo 23 da rede estadual de ensino – distribuídas em 17 municípios –, três da rede privada e 165 municipais. Confira aqui mais informações sobre a educação escolar quilombola em Minas Gerais.
Autoridades municipais
Na manhã do dia 18 de maio, Macaé Evaristo participou, na Secretaria Municipal de Educação, de reunião com autoridades municipais, professores e diretores das escolas estaduais de Ouro Verde de Minas. “É a primeira vez que uma secretária de Estado visita nossa cidade. Além de uma honra, é uma oportunidade para discutir a realidade do município”, afirma Josimar Teles, prefeito da cidade.
A quilombola e presidenta do Conselho Estadual de Assistência Social, Maria Alves, reforçou a importância da visita da Secretária de Estado de Educação na cidade. “Um grande acerto desta gestão do Governo foi trazer Macaé Evaristo para comandar a Educação do Estado, pois ela é uma mulher de luta, professora e uma pessoa que conhece a educação como ninguém”, comemora.
Macaé Evaristo reforçou que as demandas serão repassadas ao Governo de Minas Gerais, como a importância da Licenciatura em Educação do Campo e a elaboração de um projeto que considere as peculiaridades da região. “Temos que parar de fazer a divisão entre escolas estaduais e municipais e pensar em educação pública. É preciso construir uma proposta coletiva, ou seja, entre escolas, comunidade, prefeitura, governo e superintendência para que, de fato, tenhamos uma educação que assegure ensino de qualidade e o acesso a todos os cidadãos”, disse a secretária.
Também estiveram presentes, o prefeito do município de Frei Gaspar, Lauro Franco; vereadores; servidores da Secretaria Municipal de Educação de Ouro Verde de Minas; docentes e diretores das Escolas Estaduais Luzo Freitas de Araújo e Elisa Leal; além de representantes da Superintendência Regional de Ensino de Teófilo Otoni.
Por William Campos Viegas