Neste mês de novembro, estudantes do ensino fundamental da rede estadual têm vivenciado, em um espaço universitário, uma série de experiências pedagógicas diferentes da rotina de sala de aula. Socialização, lazer e práticas que transitam entre o esporte a arte foram trabalhados por meio do projeto ‘Vem pra Puc’, fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas).

O projeto consiste na abertura do Centro Esportivo da PUC Minas, no campus Coração Eucarístico, para que alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental tenham suas experiências educacionais enriquecidas. Cerca de cinco mil estudantes de 25 escolas estaduais das superintendências regionais de ensino Metropolitanas A, B e C participaram do projeto. Os critérios de escolha dos participantes levaram em conta as unidades de ensino situadas no entorno da Universidade. As demais escolas foram selecionadas pelas SREs, observando-se condições de vulnerabilidade social.

Socialização, lazer e práticas que transitam entre o esporte a arte foram trabalhados por meio do projeto ‘Vem pra Puc’. Foto: Gabriel Portes

Amanhã (01/12), o centro esportivo da Puc vai receber as últimas turmas de escolas estaduais envolvidas na iniciativa. Os estudantes são acompanhados de professores de Educação Física e monitores do centro esportivo, além dos professores regentes das turmas e analistas educacionais das SREs. “As atividades físicas são experiências educativas que podem ser aliadas a qualquer área de conhecimento. As escolas podem aproveitar esta oportunidade e desenvolver práticas interdisciplinares, adequando o ‘Vem pra PUC’ a um contexto pedagógico que possibilite aprendizagens em múltiplas áreas”, afirma Alfredo Ananias Avelar, diretor educacional da Metropolitana B.

As crianças participam de oficinas de lazer e esporte classificadas por faixa etária. Para os mais novos, do 1º e 2º anos, são preparadas atividades de iniciação ao circo, futebol com bolão, jogos e brincadeiras. Alunos do 3º ano participam do circuito de circo, com malabarismo, acrobacias e equilibrismo. E aos estudantes mais velhos, do 4º e 5º anos, são reservadas atividades do circuito de atletismo, com salto em distância, salto em altura e corrida, além de esportes de aventura, jogos, brincadeiras e slack line.

Cerca de cinco mil estudantes de 25 escolas estaduais das superintendências regionais de ensino Metropolitanas A, B e C participaram do projeto. Foto: Gabriel Portes

A participação das escolas levou em consideração o aproveitamento de outros espaços, além da sala de aula, como potencial pedagógico, educativo, compreendidos como oportunidade de formação e interação com outras pessoas.

Universos em contato

O contato entre estes dois estágios formativos – ensino fundamental e ensino superior - promove o enriquecimento dos processos de aprendizagem. Para Patrícia Silva, professora do 4º ano do ensino fundamental, o contato das crianças com o ambiente acadêmico pode despertar o desejo pela educação continuada. "A interação neste espaço ajuda a alimentar sonhos, porque os jovens podem, cada um à sua maneira, imaginar o próprio futuro através da busca por uma formação superior", comenta.

Carina Caires, estudante do 7º período do curso de Educação Física, tem acompanhado as atividades do projeto 'Vem pra PUC' como uma oportunidade de aprimoramento das suas habilidades de gestão. "Eu estudo gestão desde o 3º período da graduação e eventos como este favorecem a vivência prática dos conhecimentos que já adquiri na teoria", destaca.

Cheio de energia, Henrique Montês, aluno do 5º ano da Escola Estadual Padre João Botelho, aponta as brincadeiras como a melhor parte da visita ao Complexo Esportivo da PUC Minas. "Brinquei muito, mas também foi legal aprender coisas novas aqui, como não brigar no esporte, saber competir, não trapacear", conta o aluno. Como tantos outros ali reunidos, Henrique jogou, suou, competiu e, ao final do dia descobriu que, sem perceber, aprendeu brincando.

As crianças participam de oficinas de lazer e esporte classificadas por faixa etária. Foto: Gabriel Portes