Estado evoluiu em educação, saúde e renda, saindo do patamar de médio IDHM registrado em 2000 para alto IDHM em 2010, com índice superior à média nacional

Relatório divulgado nesta segunda-feira (29/07) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Fundação João Pinheiro (FJP), mostra que Minas Gerais alcançou avanços expressivos na última década no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

Criado em 1998, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ajusta a metodologia do PNUD (aplicável a países) para a realidade dos estados e municípios brasileiros, tendo em vista a disponibilidade de dados estatísticos e procurando também refletir as especificidades e desafios regionais na busca pelo desenvolvimento humano. As dimensões analisadas no IDH Municipal são as mesmas do IDH Global: educação, expectativa de vida (longevidade) e renda.

Assim como o IDH Global, o IDH Municipal busca sintetizar em um único número, numa escala que varia de 0 a 1, fatores que propiciam às pessoas a realização plena de seu potencial ou que limitam a realização desse potencial. A tabela a seguir mostra as faixas de desenvolvimento humano municipal definidas pela FJP e IPEA e validadas pelo PNUD.

Minas sobe do patamar de médio para alto desenvolvimento humano

Os estudos realizados pela Fundação João Pinheiro e validados pelo IPEA e pelo Pnud, tomou como base o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, como também os de 1991 e 2000. Os índices calculados revelam que Minas Gerais alcançou, ao longo dos anos, uma melhora contínua e consistente em todas as dimensões do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Pelos parâmetros utilizados, em 1991 o IDH Municipal do Estado era de 0,478, considerado Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Em 2000, o índice subiu para 0,624, na faixa considerada Médio Desenvolvimento Humano.

Já em 2010, o Estado atingiu o patamar de Alto Desenvolvimento Humano, com índice de 0,731, acima da média nacional de 0,727 e ocupando o 9º lugar no ranking geral dos estados brasileiros.

“Trata-se de uma posição relevante, se levarmos em conta que Minas é um dos maiores e mais populosos estados brasileiros, além de ser marcado por uma histórica desigualdade social e regional”, afirma Marilena Chaves, presidente da Fundação João Pinheiro (FJP).

O quadro a seguir mostra a evolução do IDH Municipal (IDHM), por faixa de desenvolvimento e por estado, desde 1991:

Índice de longevidade de Minas é o quinto maior do país

O avanço geral do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Minas Gerais ocorreu em função das significativas melhoras registradas em todas as dimensões que estruturam o indicador das Nações Unidas.

Na dimensão Longevidade do IDHM, que considera a expectativa de vida ao nascer das pessoas, o índice mineiro subiu de 0,759, considerado IDHM Alto, para 0,838, o quinto maior índice do Brasil e já no patamar de IDH Municipal considerado Muito Alto. Em 2010, Minas Gerais melhorou sua posição no ranking nacional desse quesito, subindo da 7ª colocação para a 5ª (superou Espírito Santo e Goiás).

De acordo com especialistas da Fundação João Pinheiro (FJP), a melhoria significativa da colocação de Minas Gerais na dimensão longevidade do IDH Municipal pode ser explicada, sobretudo, pelo fato de 70% dos municípios do Estado terem alcançado as metas do milênio nessa área antes do prazo estabelecido pelas Nações Unidas (2015), registrando significativas quedas na mortalidade infantil. A queda da taxa de fecundidade da população mineira no período também contribuiu para este avanço.

IDH Municipal da Educação de Minas cresceu 36% na última década

Minas Gerais também obteve um salto muito significativo entre 2000 e 2010 na dimensão Educação do IDH Municipal. O Estado saiu de um índice de 0,470, considerado pela ONU como desenvolvimento humano muito baixo, para 0,638, no patamar de desenvolvimento humano médio. A elevação de 0,168 pontos no IDHM-Educação do Estado significou uma melhora de aproximadamente 36% no período.

De acordo com a pesquisa, o IDHM-Educação de Minas em 2010 alcançou um patamar um pouco acima da média nacional de 0,637 e foi superior também aos índices de dois terços dos Estados brasileiros.

Importante ressaltar que o cálculo do IDHM-Educação é composto de duas variáveis: os subíndices escolaridade e frequência. Minas avançou nestes dois quesitos no período de 2000 a 2010: subiu 39,7% em escolaridade e 33,7% em frequência.

Outro aspecto que demonstra o progresso de Minas Gerais na dimensão Educação do IDH municipal é o grande número de municípios do Estado que deixou o patamar de desenvolvimento muito baixo neste quesito. Em 2000, 783 dos 853 municípios mineiros (91,8% do total) estavam neste patamar. Em 2010, são 170 (ou 19,9% do total).

Este expressivo avanço é resultado da grande revolução ocorrida na educação pública do Estado na última década, lastreada em iniciativas inovadoras, como o que tornou obrigatória, de forma pioneira no país, a matrícula de alunos com seis anos de idade nas escolas e o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), que assegura a melhoria contínua das escolas do sistema estadual de ensino.

“A consistente evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Minas Gerais na dimensão Educação demonstra a efetividade das políticas públicas desenvolvidas pelo Estado nessa área”, afirma o diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas Gerais, André Barrence.

IDHM-Renda de Minas saltou de médio para alto desenvolvimento

Minas Gerais também obteve um importante avanço na dimensão renda do IDH Municipal entre 2000 e 2010. Neste período, o IDHM-Renda do Estado subiu do índice de 0,680, considerado médio desenvolvimento, para 0,730, considerado alto desenvolvimento. A variação foi de 0,050 pontos, configurando uma melhora de 7,4% neste quesito na última década.

Na última década, o total de municípios com alto IDHM na dimensão renda subiu de 36 para 166, um aumento superior a 360%. Neste quesito, Minas posiciona-se no 11º no ranking geral dos estados brasileiros.

O quadro a seguir resume a evolução de Minas Gerais nas três dimensões que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) das Nações Unidas:

Destaque-se que, dentre as dimensões que compõem o IDHM, o IDHM-Educação foi o que mais cresceu em Minas Gerais em 2010 na comparação com 2000. Enquanto o IDHM-Longevidade cresceu 10% e o IDHM-Renda subiu 7%, o IDHM-Educação aumentou cerca de 36%.

Mais de 90% dos municípios mineiros têm médio ou alto IDHM

Os avanços alcançados por Minas Gerais entre 2000 e 2010 no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal se tornam mais evidentes quando se compara o número de municípios que subiu de patamar no período. A pesquisa mostra que:

▲ Em 2000, Minas tinha 213 municípios com IDH Municipal Muito Baixo. Em 2010, não há nenhum município nessa classificação.
▲ Em 2000 Minas tinha 425 municípios com IDHM Baixo. Em 2010 são 73, isto é, uma redução de 82,8%.
▲ Em 2000 Minas tinha 210 municípios com IDHM Médio. Em 2010 são 551, isto é, um aumento de 162,4%.
▲ Em 2000 Minas tinha 5 municípios com IDHM Alto. Em 2010 são 227, isto é, a quantidade de municípios mineiros com IDHM Alto aumentou 45 vezes (ou 4.440%).
▲ Em 2010, 91,4% dos 853 municípios mineiros estão entre as faixas de Médio e Alto Desenvolvimento Humano.

O quadro a seguir mostra o número e o percentual de municípios de Minas Gerais, por faixa de desenvolvimento humano, em cada um dos três períodos analisados: