Projeto de ‘Desenvolvimento Profissional de Educadores’, da Secretaria de Educação, incentiva o trabalho coletivo dos professores na elaboração de projetos temáticos
Estimular a atenção dos alunos e envolvê-los de forma ativa na construção do conhecimento. Em um trabalho que foca a cooperação dos professores para a elaboração de projetos na área pedagógica, a Escola Estadual Deputado Domingos de Figueiredo, em Varginha, no Sul de Minas, tem conseguido despertar nos alunos dos ensinos fundamental e médio o interesse pela pesquisa. Temas como sustentabilidade, o homem e as tecnologias e o comportamento humano estão entre os objetos de estudos apresentados nas feiras organizadas pela escola. Esse trabalho coletivo teve início com o Projeto de Desenvolvimento Profissional de Educadores (PDP), da Secretaria de Estado de Educação (SEE), que em 2012 atende a 237 escolas estaduais.
“Dentre os vários temas que poderiam ser trabalhados pelo grupo de educadores no projeto, nós escolhemos a Feira. A partir das palestras tivemos a orientação sobre como organizar uma feira, e fomos orientados a pensar em um tema central e subtemas para então, envolver os alunos em um trabalho de pesquisa”, lembrou a professora de Matemática e coordenadora do PDP na escola, Regina Celi Moreno Fernandes. A esse grupo de professores que atuam na elaboração de projetos é dado o nome de Grupo de Desenvolvimento de Desenvolvimento Profissional de Educadores (GDP).
Com as orientações dadas e o grupo de professores formado, a escola deu início ao planejamento e realização de feiras que ocorrem todos os anos, desde 2008, com a participação dos alunos. Apesar de o tema central variar a cada edição, o trabalho sempre é realizado com foco na leitura, pesquisa e interpretação. “Na primeira edição da Feira, nós, professores, discutimos que a maior dificuldade dos alunos estava relacionada à falta do hábito de leitura”, ressaltou Regina Celi Moreno Fernandes.
Desde então, as já tradicionais feiras da escola contam com o envolvimento de estudantes como Bruna Rocha Batista, de 16 anos, que já aprendeu a planejar e pesquisar a partir de temas do próprio interesse. “Na Feira do ano passado, o meu grupo fez uma pesquisa voltada para a área da psicologia. O nosso trabalho foi sobre o comportamento do corpo humano, o que significam os gestos e a importância dos sentidos trabalharem de forma articulada. Na Feira deste ano, vou continuar com o tema do corpo humano, só que com foco nas doenças”, adianta a estudante do 2º ano do ensino médio.
Para a coordenadora do grupo de professores o projeto não trouxe melhorias apenas para os alunos. O modo dos professores pensarem as aulas também passou por mudanças a partir da ação coletiva dos educadores. “Agora nós temos um grupo com mais de 30 professores e cada um vem com uma sugestão diferente. O projeto ajudou a modificar a relação entre professor aluno, em que havia certa distância, pois para a realização das feiras, é necessária essa integração”.
A feira de 2012 vai ocorrer em meados de outubro e terá como tema central ‘Nada se perde tudo se transforma’. Com a expressão que parafraseia o pensamento ‘Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’, do químico francês, Antoine Lavoisier, o trabalho quer mostrar que no mundo nada está pronto ou acabado e que os alunos também podem ajudar na construção da história.
Ações pelo Estado
Assim como na Escola Estadual Deputado Domingos de Figueiredo, o Projeto de Desenvolvimento Profissional de Educadores (GDP) está sendo desenvolvido em outras 236 escolas estaduais de todas as regiões de Minas, no segundo semestre de 2012. Ao todo, cerca de cinco mil professores participam do Grupo de Desenvolvimento Profissional (GDP) este ano.
As escolas formaram os grupos, compostos por professores do 9º ano do ensino fundamental, do ensino médio e especialistas das escolas, para a elaboração de projetos na escola. Os educadores poderão criar ações nas seguintes áreas: Trabalho; Tecnologia - Feiras de Ciências, Cultura e Tecnologia; Ciências – Educação Ambiental e; Cultura – Educação Patrimonial.
“Alcançamos muitos bons resultados nos últimos seis anos, como, por exemplo, a prática do trabalho em grupo, a aproximação dos professores aos recursos tecnológicos, além das novas práticas pedagógicas implementadas nas salas de aula pelos professores que participaram do projeto”, explica a analista educacional da Secretaria de Estado de Educação, Érica Fernanda Mota.
Novos desafios
No início de 2012, foi publicada uma nova Diretriz Curricular do Ensino Médio, por meio da Resolução nº 2, de 30 de janeiro de 2012. Assim, o Projeto de Desenvolvimento Profissional passou por uma remodelação. Antes ele era desenvolvido em todos os anos do ensino fundamental e médio. Já a partir deste ano, a iniciativa tem foco no 9º ano do ensino fundamental e ensino médio. O número de áreas temáticas reduziu de seis para quatro. Parceria entre professores
O Projeto de Desenvolvimento Profissional de Educadores (GDP) foi criado em 2004. Ele projeto surgiu com a intenção de promover o desenvolvimento profissional de educadores, com a realização de atividades individuais, ações em grupos, leitura de textos e novas orientações a partir das tarefas e elaboração de projetos comuns de trabalho. Naquele ano, foram capacitados 12.648 educadores, de 220 escolas. Até o ano passado foram realizadas 65.467 capacitações.