A entrega do Prêmio Lúcia Casasanta foi uma homenagem a todos os professores alfabetizadores. De acordo com a secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães Pinto, as bases da aprendizagem estão na alfabetização e este é um ano importante para Minas Gerais. Apenas cerca de cem municípios não aderiram ao Ensino Fundamental com duração de nove anos. A solenidade de entrega foi dia 19, em Belo Horizonte.
As três vencedoras da edição 2005 são Arlete Maria da Cruz Lana, da Escola Estadual José Ferreira Maia, de Timóteo - Superintendência Regional de Ensino Coronel Fabriciano; Iê Rosane Caixeta Barbosa Brito, da Escola Estadual Dona Francisca Tann Bias Fortes, de Poços de Caldas – SRE Poços de Caldas e Maria Rita Lorêdo, da Escola Municipal Santa Maria, zona ruaral de Muriaé – SRE Muriaé.
Trabalhos vencedores
Para a professora Arlete Maria da Cruz Lana, primeira colocada, todos os professores deveriam trabalhar com a metodologia de projetos para a solução de problemas. No início de 2004, Arlete recebeu uma turma do Ciclo Inicial de Alfabetização com crianças de famílias de baixa renda, muitos com problemas de aprendizagem, desinteresse, indisciplina e baixa auto-estima. Ao desenvolver o projeto Momentos Lúdicos de Cognição, ela buscou caminhos que possibilitassem aos alunos aprender os conteúdos de maneira significativa, prazerosa e motivadora. "Peguei alunos em estágio crítico de desenvolvimento da leitura. Montamos na escola o ABC da Vendinha Espaço de Aprendizagem, nome escolhido pelos próprios alunos. Este é um riquíssimo espaço de aprendizagem e hoje o projeto faz parte do Projeto Político Pedagógico da escola", explicou.
A professora trabalhou com a construção de conceitos básicos de mercado: cesta básica, consumo, código de barra, prazo de validade, preço, fatura, nota fiscal, pagamento à vista, a prazo, juros, oferta, pechincha, economia, desperdício. E na linha do desenvolvimento sustentável alertando para o aproveitamento total de alimentos, reciclagem de embalagem e outros.
Os alunos se avaliavam e eram avaliados pelos colegas, recebendo pontos que eram transformados em cartões e estes em bônus, que davam direito ao "dinheirinho", moeda de compra na vendinha. Arlete Maria da Cruz Lana recebeu R$ 5 mil e a escola onde trabalha, R$ 2 mil.
Iê Rosane Caixeta Barbosa Brito conquistou o segundo lugar com o trabalho Rompendo a Barreira do Silêncio, Falando com as Mãos e Ouvindo com os Olhos, sobre o processo de inclusão de André, um aluno deficiente auditivo numa turma do Ciclo Inicial de Alfabetização. André, a classe, a professora e a escola progrediram juntos, passando da insegurança inicial para a comunicação por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os alunos interessaram-se muito pela Libras, procuraram comunicar-se com André e se desenvolveram também na leitura e escrita em português, aprenderam a ser mais solidários e a dar valor aos órgãos dos sentidos.
A professora mostra que incluir não é só fazer com que o aluno com necessidades especiais ocupe um espaço físico dentro da escola. É compreender e aceitar suas diferenças e necessidades, dando a oportunidade para revelar e desenvolver suas capacidades e habilidades e, mais ainda, mostra que os ouvintes precisam ser incluídos no universo dos surdos. Ela ficou com o prêmio de R$ 3 mil e R$ 1,5 mil para a escola onde trabalha.
A terceira colocada, Maria Rita Lorêdo, desenvolveu o trabalho Das Formas às Fórmulas em escola da zona rural de Muriaé. O projeto articulou o estudo de obras de arte com a Geometria, História, Geografia, a escrita e temas relacionados às obras de arte analisadas. Os alunos produziram textos envolvendo biografias de pintores, relatórios, gráficos, apreciação de obras de arte e músicas. Ela vai receber R$ 2 mil e a escola, R$ 1,5 mil.
Prêmio
O Prêmio Lúcia Casasanta reconhece e valoriza o mérito profissional de professores que se destacam no trabalho pedagógico com turmas de alfabetização. Ele é realizado anualmente pelo Centro de Referência do Professor da Secretaria de Estado de Educação.
O Prêmio foi instituído em 1994. Recebeu este nome em homenagem à educadora mineira, autora de livros infantis clássicos como Os Três Porquinhos e a coleção As Mais Belas Histórias, considerados um marco na alfabetização de muitas gerações em Minas Gerais. Nesta edição, concorreram 47 candidatos.
Telefones de contato das professoras premiadas:
* Arlete Maria da Cruz Lana: (31) 3845-1150 (escola) ou (31) (8887-0997)
* Iê Rosane Caixeta Barbosa Brito: (35) 3722-3475 (escola)
Maria Rita Lorêdo: (32) 3722-2849 (Superintendência Regional de Ensino de Muriaé)
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL